Resenha: Serafina e a Capa Preta - Robert Beatty

Editora Valentina
Tradutora: Maria Carmelita Dias
240 páginas
2018

Serafina é uma garota de 13 anos que leva uma vida um tanto incomum. Em 1899, ela mora com o pai no porão da mansão Biltmore, a maior casa dos Estados Unidos. Ela vive sem que ninguém saiba de sua existência, ficando escondida de dia e caçando ratos e explorando a mansão à noite. Até que, repentinamente, crianças começam a desaparecer. Mais do que isso, Serafina vê uma das crianças sumirem, esvanecendo na capa preta de um misterioso ser que começa a rondar a noite. Quem será ele, o que ele planeja? Um mistério que traz a oportunidade de Serafina finalmente descobrir mais sobre si.

Serafina e a Capa Preta é um dos primeiros livros de 2018 lançados pela Editora Valentina. De gênero infanto-juvenil, a capa e a sinopse me cativaram a primeira vista, e devorei ansiosa a obra assim que tive a oportunidade. Então, inicio a resenha comentando: ele é para ser lido por todas as idades. Apesar de quantidade razoável de páginas, recomendo-o a partir de dez anos, pela linguagem e facilidade de leitura. É uma ótima leitura, que de infantil, tem pouco.

"Nosso caráter não é definido pelas batalhas que vencemos ou perdemos, mas sim pelas batalhas que ousamos lutar."

A primeira coisa que chama a atenção é sobre como o livro mescla ficção com coisas reais; a mansão Biltmore existe e, até hoje, é considerada a maior dos Estados Unidos. Todos os outros fatos tecnicamente vêm da imaginação do autor, personagens e aventuras, mas que ganham certo aspecto de "será que isso pode ter acontecido?". Por causa disso, a história já ganha algo de mágico para prender o leitor.
Confesso que o início, a narrativa me foi meio lenta e achei que não fosse conseguir viciar no livro. O autor tem uma escrita fluída, detalhada e bem descrita, na medida certa. Entretanto, o ritmo da obra começa um pouco devagar, ainda que haja ação logo nos primeiros capítulos. Em seguida, porém, a história ganha fôlego e agilidade, com cenas que deixam o leitor curioso por mais, já que Serafina começa a quebrar todas as regras impostas por seu pai, ainda que por necessidade.

Serafina é de fato, a protagonista e alma da obra. Todos os personagens são cativantes, como o pai da garota, que é um personagem maravilhoso, como Braeden, um garoto muito especial, por exemplo.
Mas a protagonista é construída perfeitamente para ser um exemplo, principalmente aos mais jovens. Criada para acompanharmos sua evolução, Serafina é uma garota absurdamente corajosa - me fazendo até mesmo questionar sua idade, às vezes, por mais que essa característica seja explicada ao longo da narrativa. Ainda assim, ela é humana, e é uma pré-adolescente um tanto insegura, cheia de medos e em certos momentos, com problemas de auto estima, para serem solucionados.

Como mencionado anteriormente, o livro é uma fantasia infanto-juvenil. Portanto, além do mistério que ronda a sinopse - que é bem construído, não me fazendo descobrir quem era até os próprios personagens descobrirem - há também momentos quase místicos, que têm relação inclusive com a protagonista.
São poucos os momentos infantis na trama, quase imperceptíveis, fazendo ser uma leitura agradabilíssima tanto para crianças quanto para adultos procurando uma leitura interessante.
Por fim, apesar de tratar-se de uma trilogia, o final é bem fechadinho, podendo-se lê-lo como um volume único.

Mostrando-se uma ótima obra para adultos e crianças, Serafina e a Capa Preta cumpre muito bem seu papel em entreter e passar lições, sobretudo para os mais jovens. Recomendo a leitura para qualquer um que queira aproveitar uma história de fantasia e sobrenatural, com uma protagonista jovem, mas cheia de personalidade.

Sobre a trilogia:
Serafina e a Capa Preta é o primeiro livro da trilogia Serafina, lançado pela Editora Valentina em 2018. Os dois próximos livros já foram lançados nos Estados Unidos, mas não possuem previsão para chegarem em terras brasileiras.

1 comentários:

  1. Amei a sinopse! Não sei porque, mas a história me fez lembrar bem daquela vibe de filmes dos anos 80/90, onde as crianças desvendam mistérios (confesso que adoro histórias assim). Adorei a capa também, adoro quando fazem esse design onde uma imagem sobrepõe a outra. Pena que é uma trilogia, se fosse uma edição unica eu certamente compraria, mas coleções, no momento estou evitando.
    Amei a resenha! Beijinhos <3

    Toca da Lebre

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