Tradutora: Maria Carmelita Dias
240 páginas
2018
Serafina é uma garota de 13 anos que leva uma vida um tanto incomum. Em 1899, ela mora com o pai no porão da mansão Biltmore, a maior casa dos Estados Unidos. Ela vive sem que ninguém saiba de sua existência, ficando escondida de dia e caçando ratos e explorando a mansão à noite. Até que, repentinamente, crianças começam a desaparecer. Mais do que isso, Serafina vê uma das crianças sumirem, esvanecendo na capa preta de um misterioso ser que começa a rondar a noite. Quem será ele, o que ele planeja? Um mistério que traz a oportunidade de Serafina finalmente descobrir mais sobre si.
Serafina e a Capa Preta é um dos primeiros livros de 2018 lançados pela Editora Valentina. De gênero infanto-juvenil, a capa e a sinopse me cativaram a primeira vista, e devorei ansiosa a obra assim que tive a oportunidade. Então, inicio a resenha comentando: ele é para ser lido por todas as idades. Apesar de quantidade razoável de páginas, recomendo-o a partir de dez anos, pela linguagem e facilidade de leitura. É uma ótima leitura, que de infantil, tem pouco.
"Nosso caráter não é definido pelas batalhas que vencemos ou perdemos, mas sim pelas batalhas que ousamos lutar."
A primeira coisa que chama a atenção é sobre como o livro mescla ficção com coisas reais; a mansão Biltmore existe e, até hoje, é considerada a maior dos Estados Unidos. Todos os outros fatos tecnicamente vêm da imaginação do autor, personagens e aventuras, mas que ganham certo aspecto de "será que isso pode ter acontecido?". Por causa disso, a história já ganha algo de mágico para prender o leitor.
Confesso que o início, a narrativa me foi meio lenta e achei que não fosse conseguir viciar no livro. O autor tem uma escrita fluída, detalhada e bem descrita, na medida certa. Entretanto, o ritmo da obra começa um pouco devagar, ainda que haja ação logo nos primeiros capítulos. Em seguida, porém, a história ganha fôlego e agilidade, com cenas que deixam o leitor curioso por mais, já que Serafina começa a quebrar todas as regras impostas por seu pai, ainda que por necessidade.
Serafina é de fato, a protagonista e alma da obra. Todos os personagens são cativantes, como o pai da garota, que é um personagem maravilhoso, como Braeden, um garoto muito especial, por exemplo.
Mas a protagonista é construída perfeitamente para ser um exemplo, principalmente aos mais jovens. Criada para acompanharmos sua evolução, Serafina é uma garota absurdamente corajosa - me fazendo até mesmo questionar sua idade, às vezes, por mais que essa característica seja explicada ao longo da narrativa. Ainda assim, ela é humana, e é uma pré-adolescente um tanto insegura, cheia de medos e em certos momentos, com problemas de auto estima, para serem solucionados.
Como mencionado anteriormente, o livro é uma fantasia infanto-juvenil. Portanto, além do mistério que ronda a sinopse - que é bem construído, não me fazendo descobrir quem era até os próprios personagens descobrirem - há também momentos quase místicos, que têm relação inclusive com a protagonista.
São poucos os momentos infantis na trama, quase imperceptíveis, fazendo ser uma leitura agradabilíssima tanto para crianças quanto para adultos procurando uma leitura interessante.
Por fim, apesar de tratar-se de uma trilogia, o final é bem fechadinho, podendo-se lê-lo como um volume único.
Mostrando-se uma ótima obra para adultos e crianças, Serafina e a Capa Preta cumpre muito bem seu papel em entreter e passar lições, sobretudo para os mais jovens. Recomendo a leitura para qualquer um que queira aproveitar uma história de fantasia e sobrenatural, com uma protagonista jovem, mas cheia de personalidade.
Sobre a trilogia:
Serafina e a Capa Preta é o primeiro livro da trilogia Serafina, lançado pela Editora Valentina em 2018. Os dois próximos livros já foram lançados nos Estados Unidos, mas não possuem previsão para chegarem em terras brasileiras.
Amei a sinopse! Não sei porque, mas a história me fez lembrar bem daquela vibe de filmes dos anos 80/90, onde as crianças desvendam mistérios (confesso que adoro histórias assim). Adorei a capa também, adoro quando fazem esse design onde uma imagem sobrepõe a outra. Pena que é uma trilogia, se fosse uma edição unica eu certamente compraria, mas coleções, no momento estou evitando.
ResponderExcluirAmei a resenha! Beijinhos <3
Toca da Lebre