Resenha: Outlander: A Viajante do Tempo - Diana Gabaldon


Editora Arqueiro
Tradução Geni Hirata
800 páginas
2014

Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido, com quem desfruta uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas. Durante a viagem, ela é atraída para um antigo círculo de pedras, no qual testemunha rituais misteriosos. Dias depois, quando resolve retornar ao local, algo inexplicável acontece: de repente se vê no ano de 1743, numa Escócia violenta e dominada por clãs guerreiros.

Tão logo percebe que foi arrastada para o passado por forças que não compreende, Claire precisa enfrentar intrigas e perigos que podem ameaçar a sua vida e partir o seu coração. Ao conhecer Jamie, um jovem guerreiro escocês, sente-se cada vez mais dividida entre a fidelidade ao marido e o desejo. Será ela capaz de resistir a uma paixão arrebatadora e regressar ao presente?

*Sinopse original


"Você é sangue do meu sangue, e carne da minha carne. Eu lhe dou o meu corpo e nós dois deveremos ser um. Eu lhe dou o meu espírito, até que a nossa vida acabe."

Como boa leitora que sou, quando uma história me interessa, sempre tento ler o livro antes de assistir a sua adaptação mas nesse caso a ordem foi inversa. Estava eu em uma tarde tediosa com a Netflix, tinha acabado Alias Grace, uma série maravilhosa, e estava a procura da próxima aventura quando me deparei com a série Outlander, que é a adaptação do livro. O que eu fiz: devorei as duas temporadas em questão de dias e depois sai em busca da terceira (que não esta disponível na plataforma) haha. Obviamente me apaixonei pela trama e entrei em desespero pelo livro, que pra minha sorte, era um dos títulos existentes na estante de um grande amigo que muito prontamente me emprestou o exemplar e devo dizer pra vocês que se eu me apaixonei pela adaptação, o livro é um sério caso de amor.


Claire é uma jovem de 27 anos que durante oito serviu ao exército como enfermeira na Segunda Guerra Mundial. Ao fim desse período, ela retorna para o seu marido, Frank, e juntos decidem ter uma nova lua de mel nas Terras Altas da Escócia numa tentativa de se reconectarem como marido e mulher após tantos anos separados. O que não imaginavam é que as terras escocesas realmente carregam em si a magia das lendas passadas geração após geração, e que num simples passeio para colher plantas nas pedras de Craigh na Dun, Claire fosse fosse misteriosamente jogada duzentos anos no passado, numa realidade de clãs e guerreiros de kilt e espadas.

Difícil dizer o que eu mais gostei nesse livro: se foi a ambientação que me fez sonhar acordada, a mistura de fatos históricos com ficção que fez minha imaginação voar longe, o romance que me deixou suspirando ou os personagens que me deixaram em polvorosa a cada coisa dita ou feita. O fato é que esse foi um livro que me conquistou por completo.

Com uma narrativa que se da pelo ponto de vista da protagonista e bem detalhada, o que por algumas vezes fazia as descrições serem mais extensas do que o necessário, Diana consegue envolver o leitor com muita destreza ao longo das páginas que tornam a leitura mais demorada por serem muitas mas nem um pouco desagradável. A criação do cenário como um todo é impecável e é impossível não perceber todo o trabalho de pesquisa que foi feito pela autora e que também foi usado na criação dos personagens. Sua mistura entre fatos históricos e realidade se deu de maneira muito equilibrada, onde o enredo se entrelaçava com a realidade de forma muito natural, dentro do contexto.

Por já ter visto a série foi impossível não imaginar os atores enquanto lia e o casamento entre ambos foi uma perfeita junção e mesmo assim foi possível me encantar ainda mais com os personagens que a autora criou e que são tantos que é impossível falar de todos. Claire Beauchamp se tornou uma das minhas protagonistas favoritas: corajosa, destemida e ao mesmo tempo humana em todos os aspectos. Uma verdadeira força da natureza. Jaime, ah Jaime... por ele eu só consigo suspirar haha. Um típico escocês ruivo, que é um fora da lei e ao mesmo tempo um poço de gentileza. Ele acaba se tornando o par romântico de Claire e, de certa forma, o segundo protagonista tão grande a sua importância ao longo da trama. Também há os personagens odiosos, claro, como o capitão Black Jack Randall que faz coisas que me obrigaram a soltar o livro por um segundo ou dois pra respirar.

A trama é bastante intensa e também bem elaborada. É um daqueles livros que passam a sensação de que tudo vai focar bem mas no capítulo seguinte já surge um novo problema que leva a adrenalina do leitor à mil e querendo arrancar os cabelos na ânsia de saber o que vem a seguir. Com certeza, emoção não falta nessa série.

Outlander é uma mistura de romance histórico com vários toques sutis de outros gêneros que resultou numa história de tirar o fôlego e que vale a chance dada a esse título que é monstruoso, tanto pela quantidade de páginas quanto pela história que ele carrega.

Sobre a série:

Outlander possui atualmente cinco volumes lançados no Brasil, sendo os três últimos divididos em duas partes cada devido a quantidade de páginas. No seu país de origem a série já está no oitavo volume e com o nono sendo escrito. A previsão é de que a série fechada no décimo volume.
Anteriormente publicada em solo brasileiro pela editora Rocco, a série na época foi publicada até o o sétimo volume, também dividido-os em duas partes a partir do segundo livro.







1 comentários:

  1. Eu já havia ouvido falar de Outlander, mas nunca me interessei muito, talvez por ser um calhamaço. Acho que vou fazer que nem você: assistir primeiro à série e, se me interessar, ler os livros. Afinal, não estou afim de ler 800 páginas para me decepcionar no final kkk.

    Um beijo, Aninha
    https://thatisrealme.blogspot.com.br/

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